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 casa bertha 

FICHA TÉCNICA

Local: Brasil, São Paulo
Status: construído
Início do projeto: 
Conclusão da obra: 

Área de Projeto: 149 m²
Equipe: 

Fotos:  Maíra Acayaba

O PROJETO

Quando pensamos em casas, já vem a nossa mente muitos padrões: área social e área íntima, Área seca e área molhada. A divisão do espaço também costuma partir dos mesmos cômodos: quarto, sala, cozinha, banheiro e, quando pensamos em cada cômodo, também reconhecemos padrões: sala, com sofá e estante, cozinha com armário e bancada, quarto com cama e armários. É sabido que esses padrões partiram de uma lógica associada às nossas necessidades, mas, com o tempo, parece que o padrão se tornou regra e, nem sempre fazemos a pergunta: será que eles ainda valem para as necessidades que temos hoje em dia? É por isso que o uso deve ser o ponto de partida do projeto de uma casa.


Se aplicarmos um mapa de calor para avaliar os usos de uma casa, certamente notaríamos ambientes de uso intenso e ambientes frequentemente ociosos. Os usos de uma casa hoje em dia são muito diferentes dos que tínhamos no passado e, a partir da pandemia, parece que isso ficou ainda mais evidente. Para além de quartos, salas e cozinhas, a casa se tornou para muitos, o trabal ho, a academia, o mercado, a balada. A tipologia das nossas casas não foram pensadas para um usos múltiplos. É por isso que nossas casas precisam deixar de ser sistemas embarcados - hardwares que funcionam de maneira única - para se tornarem sistemas programáveis - hardwares que podem rodar diferentes softwares, a partir de demandas variadas.

Qual é a função de uma sala de estar?


Tradicionalmente é o ambiente para receber os não moradores, o espaço mais coletivo da casa, o local de troca com o resto do mundo. As trocas com o mundo externo podem ter diversas naturezas e o layout convencional da sala de estar é limitador, tendendo a ficar ocioso a maior parte do tempo. Por isso, criamos uma sala/estúdio, um espaço aberto a múltiplas configurações e permitir variadas interações: dançar, tocar, dar aula, se apresentar e aprender.


Um móvel multifuncional localizado na entrada da sala/estúdio assume as funções de escada, sapateira, arquibancada, sofá, mesa e baú, tem bancos móveis e uma grande mesa retrátil que permitem diversas configurações do ambiente.


Entre a sala/estúdio e a cozinha/lavanderia existe porta de correr que pode modificar o programa da casa. Quando fechada, o estúdio torna-se um espaço completamente independente, com entrada separada. Nesse contexto, o acesso familiar a casa se dá pelo segundo andar, a partir e uma escada retrátil. A partir dessa entrada, é possível acessar todos os espaços da casa sem ter que passar pela sala/estúdio, permitindo usos coletivos e públicos, preservando a intimidade do ambiente doméstico.


Possibilita por exemplo, que a moradora, que é pesquisadora de dança contemporânea, possa ensaiar, dar aulas e se apresentar. Nessa configuração a garagem da casa assume a função de foyer e o lavabo se torna um camarim. O espaço também atende a demanda do filho pequeno da família, sendo um espaço livre e amplo para brincadeiras, imaginação, receber crianças e virar uma creche parental junto a outras crianças. Quando a porta é aberta, o térreo se torna um espaço completamente interligado assumindo uma configuração familiar, além disso de ser a configuração ideal para festas e encontros.
Diversos usos da Sala /Estúdio:

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Diversos usos da sala/ estúdio

O projeto da Casabertha partiu dessa premissa como uma estratégia de atender as diferentes necessidades dos moradores num terreno desafiador, com apenas 5 metros de largura. Para isso, levamos em consideração, 3 premissas:

Maximização do uso: Pensar em espaços que serão utilizados todos os dias, sem exceção. Cômodos de uso pontual, como quarto de hóspedes, foram agregados a outras funcionalidades para evitar a ociosidade.
Ambientes flexíveis: criar alguns ambientes na casa que possam ter diferentes tipos de uso, atendendo a diversos tipos de demanda.
Móveis multifuncionais: conceber móveis inseridos na própria arquitetura da casa que, devido a sua multifuncionalidade, permitem que os ambientes assumam diferentes tipos de uso.


O térreo da casa se divide entre uma parte pública, composta pela garagem/ foyer e pela sala/estúdio; e uma parte híbrida, composta por cozinha/ lavanderia/ dispensa e quintal. Esta parte da casa pode ser pública ou privada, de acordo com a configuração que se deseja

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PAVIMENTO TÉRREO

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PAVIMENTO INTERMEDIÁRIO

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PAVIMENTO SUPERIOR

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ISOMÉTRICA

1. PÁTIO FRONTAL/ GARAGEM/ FOYER
2. ESCADA RETRÁTIL
3. CLARABÓIA/ DUTO
4. CLARABÓIAS/ VENTILAÇÃO
5. NICHO/ BANCO

6. QUARTO FILHO
7. BANHEIROS

8. SALA/ ESTÚDIO

9. PÁTIO INTERNO CENTRAL/ LAVABO/ CAMARIM 
10. ESCRITÓRIO

11. TERRAÇO SUPERIOR
12. PÁTIO FUNDOS/ JARDIM/ CASA NA ÁRVORE
13. ÁREA TÉCNICA
14. SUÍTE CASAL
15. COZINHA/ LAVANDERIA/ SALA DE JANTAR/ DESPENSA

Por conta do terreno estreito e longo as soluções adotadas para iluminação e ventilação natural, interação interior/exterior e aproveitamento das áreas externas, foram: clarabóia/duto no centro da casa que ilumina diversos ambientes em todos pavimentos. Sob ela está o lavabo/camarim que é também um jardim interno, clarabóias iluminam e ventilam os banheiros do pavimento superior e o pátio frontal e dos fundos e o terraço superior são espaços para viver ao ar livre.


Na lógica do aproveitamento máximo de espaços, a escada tem toda a sua região inferior aproveitada. A despensa de alimentos fica embaixo do primeiro lance da escada, enquanto um quartinho de despensa fica abaixo dos outros dois lances. A lavanderia é integrada com a cozinha e a sala de jantar, com uma bancada igual a da cozinha mas com um tanque, e a maquina de lavar sob a
escada.


Através dessa escada é possível acessar o pavimento intermediário e o pavimento superior. O pavimento superior é a parte mais íntima da residência, onde ficam a suíte, que é integrada com escritório e terraço que ficam meio nível acima do quarto, o corredor com armários de armazenamento, o quarto do filho e um banheiro. O quarto do filho localizado na frente da casa possui um nicho de concreto integrado aos móveis do quarto, onde pode-se sentar na janela e observar a cidade. No pavimento intermediário há um espaço transitório entre os usos coletivos/públicos (térreo) e os usos íntimos (superior). É um volume de madeira, que abriga umespaço auxiliar e fl exível que pode ser uma sala íntima, quarto de hóspedes, e sala de TV. Possui aberturas internas e externas que pode integrá-lo à cozinha, ao jardim, à escada e ao corredor do superior.

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